Nesta quinta-feira, 29 de fevereiro, a Motorola apresentou seu mais recente lançamento: um cartão de crédito exclusivo para proprietários de seus smartphones. Esta novidade representa uma expansão significativa em seus serviços financeiros, que teve início no final de 2022 com a introdução da conta digital Dimo.
Em apenas um ano e alguns meses, a Dimo já conquistou 1,5 milhão de usuários cadastrados, gerando um movimento financeiro de R$ 600 milhões. Agora, com a introdução do cartão de crédito, a Motorola almeja atingir a marca de 4,5 milhões de clientes em um ano, movimentando cerca de R$ 2 bilhões.
Os benefícios oferecidos pela empresa incluem taxa de juros zero, emissão de cartão sem necessidade de análise de crédito e um limite variável para os estabelecimentos. No entanto, os clientes devem realizar um investimento em CDB emitido pelo banco parceiro da fabricante de celulares.
Assim como outros serviços da Motorola, o cartão de crédito será inicialmente disponibilizado no Brasil antes de ser expandido para outros mercados. O Brasil é o quarto maior mercado de smartphones, ficando atrás apenas da China, Índia e Estados Unidos. Nos últimos 10 anos, a Motorola solidificou sua posição de vice-líder no país, aumentando sua participação de mercado de 10% para 34,2% em 2023.
Rivais da Motorola, como Samsung e Apple, oferecem serviços semelhantes. Ambas as empresas disponibilizam carteiras digitais que permitem a associação de cartões de outras instituições. No caso da Samsung, é possível até mesmo emitir um cartão de crédito. A Apple oferece um serviço semelhante, mas atualmente disponível apenas nos Estados Unidos.
"O aplicativo já nasce com o telefone e tem uma proposta diferente de Samsung e Apple. Não é 'wallet' [carteira digital]. A gente não quer que as pessoas tragam outro cartão e só coloquem no aplicativo para usar. A gente quer oferecer uma solução completa." - Renato Arradi, Diretor de Serviços Digitais da Motorola
Através do Dimo, os proprietários de celulares Motorola podem estabelecer uma conta corrente bancária e acessar um cartão de débito. Com isso, eles têm a capacidade de realizar transações Pix, pagar contas e boletos, recarregar créditos de celular e até mesmo sacar dinheiro nos caixas do Banco24Horas.
Graças ao desenvolvimento do aplicativo pela Motorola e à gestão dos recursos dos smartphones, a integração entre esses elementos agiliza algumas operações. Por exemplo, basta direcionar a câmera para os QR Codes do Pix ou para os códigos de barras dos boletos para acessar o Dimo e efetuar uma transferência de dinheiro ou um pagamento, respectivamente.
Em contraste com outros serviços, onde é necessário abrir primeiro o aplicativo do banco ou da carteira virtual, apontar a câmera para os códigos e só então iniciar a transferência de dinheiro.
"A gente não é um banco tradicional e não é uma conta que tem num aparelho de celular. A gente usa características de fintechs e de bancos que já existem para ter atributos que ninguém mais tem, que é essa integração mais profunda com o próprio celular. não existe alguém que se encaixe no que a gente está fazendo", diz André Bahbouth, Diretor de Serviços Financeiro da Motorola.
Embora a Motorola atue na gestão de contas correntes e na emissão de cartões de crédito, não se trata de uma entidade financeira. A viabilização do Dimo ocorre mediante a parceria da fabricante de celulares como correspondente bancário do banco Arbi, com a intervenção da startup Jazz Tech, responsável pela integração tecnológica entre as duas empresas.
A aprovação do cartão de crédito segue a lógica da conveniência dos serviços digitais, bastando ativar a função de crédito no aplicativo. A conta está vinculada ao CPF do cliente, não ao dispositivo celular. Caso haja a troca de aparelho, o uso do Dimo é mantido, desde que seja um dispositivo Android. Um aplicativo alternativo está disponível na Google Play.
A análise de crédito não é realizada pela Motorola, permitindo que o cliente defina seu próprio limite. Contudo, há uma particularidade: para aderir ao serviço, é necessário investir no mínimo R$ 50 e no máximo R$ 20 mil em um CDB. O valor escolhido dentro dessa faixa determina o limite do cartão. O título rende a uma taxa de 106% do CDI e possui liquidez diária.
De acordo com a Motorola, não há incidência de juros nas faturas em caso de não pagamento. Isso se deve ao fato de que, após o sexto dia de atraso, a empresa resgata parte do investimento no CDB correspondente ao valor da fatura.
A Motorola não revela o modelo de negócio subjacente à operação do cartão de crédito, mas afirma que parte da receita é direcionada para ações voltadas aos clientes.
Em relação à segurança, o processo envolve a configuração de uma senha para acessar o dispositivo, outra para entrar no Dimo, e uma terceira para realizar transações com o cartão de crédito.
O cartão oferece ainda:
1% de cashback em todas as compras feitas com ele, com valor resgatado limitado a R$ 25 por mês.
20% de desconto na compra de smartphones 5G dentro da loja oficial da Motorola.
20% de desconto do seguro Moto Proteção, contra roubo, quebra, furto;
sorteio semanal de um Motorola Edge.
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